
O limpa-vias chegou a casa, no final do dia muito cansado com o arroz sagrado. A sua mulher, curiosa com o que o marido tinha no cartucho, perguntou:
-Ó homem, o que é que trazes aí?
-Nem imaginas o que aconteceu! Eu estava a trabalhar e entretanto cai arroz pelos respiradouros. Eu tão espantado e alegre peguei neste saco e meti-o lá dentro. Não achas fantástico, Maria? – interrogou o limpa-vias.
- Estou muito orgulhosa de ti! Com esse arroz sagrado já podemos sustentar. Estava tão preocupada com o que ia acontecer aos nossos filhos? – declarou a mulher.
- Eu sei, Maria. Olha, como está a pele do nosso filho João. Ai Meu Deus! O que seria de nós sem este arroz? – disse o limpa-vias.
- Este arroz veio da Igreja do Santíssimo Sacramento, porque e neste dia há casamentos e os noivos são atingidos por toneladas de arroz. – explicou o limpa-vias.
- Agora percebo! – respondeu Maria.

Terminada a conversa do limpa-vias com a sua mulher Maria, a mesma, muito agitada, dirigiu-se para aquela cozinha velha, suja e com ar de quem precisa de obras. Aí iria cozinhar aquele arroz tão apetitoso. Acabado de fazer , Maria exclamou para os seus seis ou sete filhos:
- Meninos o jantar está pronto. Venham para a mesa!
- Sim mãe nós já vamos. – responderam os filhos.
Os filhos chegaram á mesa e disseram:
- Mãe onde é que compraste esta iguaria?
- O pai trouxe-o do seu trabalho. – respondeu Maria.
Os meninos deliciaram-se com aquele petisco e deram graças a Deus por o pai ter um emprego e, ainda por cima, trazer arroz todos os Domingos. Acabaram de comer e foram para a cama com um beijinho dos pais em cada bochecha.
O limpa-vias e a mulher foram para a cama e a mulher disse:
- Não é tão bom termos comida para nos alimentarmos e termos uma família tão unida?
- Sim, mulher. Isto é uma bênção! – respondeu o limpa-vias.
- Boa noite! Amo-te muito! – exclamou a mulher.
- Eu também te amo! Dorme porque amanhã é outro dia! Amo-te muito! – exclamou o limpa-vias feliz da vida.
E assim se deitaram tranquilos na cama daquele quarto todo velho, a cair de podre e a mal se aguentar em pé.
Maria Leonor, nº16, 7ºA
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