domingo, 20 de fevereiro de 2011

Carta do filho do limpa-vias à sua avó

Nova Iorque
2 de Janeiro de 2011

Olá querida avó!?

Como é que tem passado? E o avô vai bem? A kikas já teve os gatinhosAvozinha, vou contar-te um pouco do que tem acontecido por aqui.
Como sabes, quando viemos para Nova Iorque, foi com o objectivo de eu tirar o meu curso, consegui acabar o 12º ano e ingressei em Educação Infantil. Infelizmente houve um problema, a minha turma teve de se separar, pois não seguimos todos o mesmo curso. Mas mesmo assim fiquei com um pequeno grupo de amigos.
Isto que acabei de te contar é a melhor noticia que te tinha para dar, pois ainda me falta contar-te uma novidade muito triste!
Como sabes, o pai, era o único a trabalhar cá em casa e a ganhar algum dinheiro. A mãe fica em casa a cuidar dos “manos” e eu estou a começar a tirar o curso. Mas o pai ficou doente, começou a ganhar bolhas, ficou com febre e agora está na cama. Nós levámo-lo ao médico, mas ele disse que não sabia o que o pai tinha.
Estando o pai de cama e a mãe a cuidar dos “manos”, eu vou ter que desistir do meu curso, para ir trabalhar. Sei que não tenho muitas habilitações, mas tenho de arranjar um trabalho qualquer, num sítio qualquer como numa floresta, num pomar ou até a cuidar de uma manada de cavalos, bois ou burros. Hei-de arranjar um trabalho, nem que seja filmar ou fotografar um bando de aves ou um cardume de peixes. Só quero arranjar um trabalho.
Sei que o que te estou a contar está a ser muito triste e que a avozinha está a ficar muito preocupada, mas não fique, pois eu já tomei a minha decisão e vou começar a trabalhar.
A partir daí, deixarei o meu curso para trás e quando as coisas melhorarem voltarei a recomeçá-lo. Até lá, vou jogar no totoloto para ver se consigo ganhar o jackpot.
Tenho de me despedir, a minha irmã Cristina está a chamar-me. Ela precisa da minha ajuda para terminar um exercício para entregar amanha à professora.
Despeço-me com um grande beijo e abraço de saudade da tua querida neta

Ana

P.S – Quando a Kikas tiver os gatinhos, não te esqueças de guardar um para mim.

Ana Maria Silva, 7ºA

Declaração de amor

Rua de São Valentim
8500-340 Coimbra

Terça-feira 28 de Janeiro de 2010

Meu Amor!
Já de algum tempo que estou para te escrever esta carta, mas finalmente ganhei coragem para o fazer.
Não sei o que me levou a fazer isso, talvez por não conseguir mais esconder este enorme sentimento que sinto por ti.
Bom, desde á muito tempo que sinto algo mais do que uma simples amizade.
Tudo começou com uma simples brincadeira, um trocar de olhares, um sorriso, tudo mudou. Não te conhecia bem, pensava coisas horríveis de ti, eu nem sei como pode pensar coisas incompreensíveis. Tu mostravas ser um cobarde, que tinha a mania, mas afinal de contas enganei-me a teu respeito. Conhecendo-te melhor tu és magnifico, és um amigo espectacular, estas sempre pronto para apoiar no que for preciso.
A cada minuto que passávamos juntos, cada bocado no meu sentimento aumentava, aumentava, aumentava e aumentava cada vez mais. Não consigo esconder mais o meu sentimento por ti.
Espero que estejas a ler esta carta com uma enorme alegria tal como a escrevi.
Despeço-me como um Grande Beijo.

Fátima, 9ºD

Querido menino da minha vida!

Rua das Tulipas
14 De Setembro de 2010

Querido menino da minha vida!

Espero que estejas bem!
Queira declarar aquilo que sinto por ti. Já o estive para o fazer á mais tempo, mas nunca tive coragem para o fazer, mas acho que chegou o momento de ser feito.
Desde aquele momento que nos conhecemos, numa sexta-feira, dia 20 de Dezembro de 2009, pelas 17h:53 segundos, que nunca mais te tirei do meu pensamento e dos meus sonhos.
As nossas conversas passaram a ser desejos para mim! Sim, tinha o desejo de estar a falar, a falar, e a falar contigo, a todos os minutos, a todas as horas, a todos os segundos… Não sei o porque. Talvez fosse por me sentir bem, mas não sei… O que eu tinha no meu pensamento era um amor antigo. Não queria querer gostar de ti, mas necessitava de falar contigo, pois eras-me importante.
Tu és aquele rapaz que qualquer rapariga gostaria de ter! És extraordinário, és magnifico… Bom tu és como és.
Queria esconder um sentimento impossível, não queria admitir, não podia ser, não, eu amava aquele rapaz, que me fez sofrer, que gozou com a minha cara, não eu não gostava de ti, era aquele rapaz quem eu amava.
Um dia pôs-me a reflectir, pensei, pensei, e a cada minuto que pensava, eras tu que vinhas ao meu pensamento, era aqueles nossos momentos passados juntos, era tudo aquilo que me vinha ao pensamento, eu sei lá, era uma coisa Louca era o fim do mundo, eu não queria querer. Mas porque, porque que havia de gostar de ti, tu não passavas de um simples amigo, para mim de forma como eu te via era como mais uma amigo, que não iria esquecer. Mas quê, eu iria ser mais uma para a tua colecção, uma daquelas que iria ser descartável. Não queria ser humilhada por ti, não me queria rebaixar.
Bom chega de estar-me para aqui a lamentar-me, o mais importante é o que eu te tenho a dizer agora és uma pessoa que nunca vou esquecer. Amo-te para todo o Sempre.

Um beijo saído do fundo do meu coração

Carla, 9ºD

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Parabéns, Fábio, 9ºD

O aluno Fábio do 9ºD foi um dos premiados do concurso "A melhor carta/postal de São Valentim".

O Fábio mostrou a sua criatividade e imaginação, ao colocar-se no papel de um soldado saudoso e enamorado que se encontra retido no Iraque e que escreve à sua amada.

Leiam a carta e deliciem-se com as palavras sentidas aí vertidas...



Rua das Andorinhas Nº62
4600-810 Iraque
8 de Fevereiro de 2011


Minha querida,

Este foi o único meio de eu falar contigo. Aqui chovem granadas, ouvem-se as balas a perfurar os meus amigos. Vejo-os morrer, sem nada poder fazer.
Sonho contigo, com os teus cabelos compridos e brilhantes como o sol que me ilumina, com os teus cabelos compridos que transmitem a doçura do teu coração, com o teu perfume e com os teus lábios doces. Tudo o que eu tinha, agora sinto saudade. O meu coração está frio e os meus olhos vêm sofrimento em cada esquina. Tu és a força que me faz sobreviver aqui.
O meu amor, por ti e tão grande que não consigo expressar tudo o que sinto nesta carta.
O que eu te queria dizer é que, se alguma coisa de mal me acontecer, segue a tua vida, não chores e ajuda os meus pais a seguir em frente. Não quero que ninguém sofra por mim.
Meu amor, não tenho tempo para me alongar, estão á minha espera.

Um beijo com Amor.


Fábio Teixeira, o soldado retido no Iraque, 9ºD

Carta do filho do limpa-vias à sua avozinha

Londres, 3 de Fevereiro de 2011

Olá, querida avozinha!

Espero que por aí esteja tudo bem, quer contigo quer com o avozinho. Por aqui vai-se andando. Tenho tirado óptimas notas e tenho ajudado a mãe e o pai.
Londres é fantástico e aqui há montes de lojas!
A mãe finalmente arranjou emprego. Agora ela é a costureira daqui da Avenida e ao pai foi-lhe feita uma proposta de emprego para ir trabalhar numa fábrica de vender plantas. É claro que ele aceitou. Lá na fábrica, há muitas plantas de muitas formas e feitios, há árvores, como por exemplo, laranjeiras, limoeiros, pessegueiros, macieiras, mas também há plantas mais pequenas, como túlipas, margaridas e rosas. O melhor de tudo isto é que o pai adora trabalhar lá, porque na estufa há sempre um perfume que paira suavemente pelo ar. Sabes que o meu pai se entende muito bem com os colegas e até foi para uma escola, onde estuda à noite. Aí está a aprender inglês e adora a turma.
Agora como os pais têm trabalho e estamos a mudar-nos de casa, para uma maior e mais bonita. Aquela que nós estamos a pensar comprar tem uma quinta com muito espaço e nela eu e os meus irmãos poderemos brincar livres como uma alcateia de lobos bebés. E por falar em lobos, a casa está situada muito perto de uma floresta, espero que não haja lobos nem outros animais que nos possam perturbar.
Eu e os meus irmãos já estamos fazer planos para quando formos viver para lá e um desses planos é o de irmos nadar para um rio que há lá perto, onde há muitos cardumes.
Espero que tenhas gostado desta carta, onde eu te conto algumas das boas aventuras que estou a ter.

Muitas beijocas da tua querida neta
Catarina

PS: Os meus irmãos estão-me aqui a chatear para também te mandar beijinhos deles.

Liliana, 7ºA

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Carta a alguém especial - "Arroz do Céu"

Olá querida avó
Tudo bem? Como estás?

Eu cá estou bem e os estudos vão indo normalmente, apesar deste ano ter que trabalhar muito mais. (Sabes que estou a atinar a matemática? O setôr é fixe e muito giro, o que também ajuda muito…) Bom, isso agora não tem importância. Aqui em casa as coisas vão mais ou menos. A mãe não consegue arranjar emprego. Estes malucos só querem pessoas novas.
Já o pai, felizmente conseguiu arranjar emprego. Trabalha como limpa-vias no
Las Vegas, 3 de Fevereiro de 2011
subway e até lhe chamam toupeira. Ele limpa de tudo e, mesmo assim ganha muito pouco. Comemos quase sempre arroz. Todas as semanas o pai traz arroz para casa. E agora tu perguntas como é que ele, ganhando tão pouco consegue trazer comida para casa? Fácil! Muito fácil!
Na esquina de uma rua, há uma igreja, a de São João Baptista e do Santíssimo Sacramento, onde, todos os Domingos há sempre que se casa onde assistem multidões de convidados. Depois de casados, os familiares e amigos dos noivos deitam cabazadas de arroz em cima deles. Metade cai logo pelos respiradouros e a outra parte é varrida pelo porteiro ou pelo sacristão para os respiradouros para não terem trabalho a apanhar. Depois, o pai apanha o arroz e trá-lo para casa. Deves achar nojento o pai apanhar arroz do chão para nós comermos, mas cada um vive como pode. Mas mãe… faz aquele arroz melhor do que ninguém, os meus irmãos são tão gulosos pelo arroz dela que mal sobra para os meus pais e para mim.
Bom, agora tens de tu a contar-me como vão as coisas por aí. Tenho saudades de dormir em tua casa e contar as constelações antes de me deitar…
Ainda vives perto daquele rio com enormes cardumes de peixes com aquela matilha de cães tão fofinhos? Só não gosto muito do sítio onde moras. É parecido com uma floresta.
Até breve avó. Cumprimentos para o avô e um beijo para o teu neto Felisberto que é um rapaz cinco estrelas (só não gosto do nome.)
P.S- Um dia vou aí visitar-te, para veres como estou crescida.
Uma beijoca

Mariana, 7ºA

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O casamento de Guidobaldo e de Vanina em segredo e a respectiva fuga

A história de amor de Vanina e Guidobaldo tem como desenlace o casamento dos dois amantes em segredo e a fuga, de modo a escapar à tirania de Jacob Orso.
Imagina como decorreu a cerimónia, descrevendo:
• - o espaço onde decorreu;
• - o tempo;
• -as personagens (aspecto físico e sensações/emoções).

Deverás iniciar o teu texto com a frase que se segue:
Libertada das garras de Jacob Orso, Vanina caminha…

Libertada das garras de Jacob Orso, Vanina caminha leve e solta sob a capa negra do seu amado Guidobaldo, em direcção à capela de Nossa Senhora da Boa Viagem.
Mas, neste momento, Vanina olha deslumbrada a paisagem, até então longínqua no enigma do nevoeiro, e sentia o ritmo descompassado do seu coração.
Ao longe avistou um ponto branco, que sobressaía do negrume da noite. Enquanto a gôndola, num voo acelerado, fendia as águas do canal, o vento, ao de leve, acariciava os longos e loiros cabelos da bela donzela e as águas ornamentavam-nos com gotículas transparentes que mais pareciam estrelas de diamantes.
Orientados agora pela luz difusa que o padre fazia oscilar nas suas trémulas mãos, o jovem casal apaixonado desembarcou e encaminhou-se de mãos dadas para o interior da capelinha, que ganhou uma nova luz com a presença dos dois enamorados.
Os olhos verdes de Guidobaldo pousaram no belo rosto de Vanina e, ali, pela primeira vez, o robusto capitão deixou escapar um suspiro que transmitia simultaneamente o alívio do passado, a felicidade do presente e a esperança do futuro. As estrelas e a amiga lua, penetrando no pequeno local sagrado através da porta entreaberta, testemunharam este momento e pareciam dar-lhes também elas a sua bênção, ao mesmo que o sacerdote os unia pela celebração do casamento.
E foi, assim, neste lugar singelo e profundo como o amor que os unia, que Vanina e Guidobaldo começaram uma nova vida cheia de esperança.