segunda-feira, 30 de maio de 2011

Zé das Moscas e a bruxa

Bruxa: (a bruxa encontra-se sentada á mesa e em cima da mesa está uma bola de futebol ou uma bola de cristal)
Zé das moscas: Bom dia, senhora bruxa Geraldina!
Bruxa: Geraldina, NÃO… Gi, se faz favor!
Zé das Moscas: Cum caneco! Não se ofenda…
Bruxa: Como é que veio até cá?
Zé das Moscas: Vim na minha casal, a acelerar, com a roda no ar e a “patenar”.
Bruxa: O que está para aí a dizer?
Não foi isso que perguntei… o que eu quero saber é como é que arranjou esta morada?
Zé das Moscas: Foi fácil… a sua tenda está bem à vista… Ainda por cima essa cor “vormelha” saltou-me aos olhos.
Bruxa: Então o que o traz por cá?
Zé das Moscas: ( apontando para a bola de cristal) Então vossemecê não sabe? Essa coisa não “funcemina”?
Bruxa: (aparte) O cérebro deste é que não funciona. Tem que se ligar à ficha.
Zé das Moscas: Veja aí onde é que estão as minhas fieis amigas:
O Ronaldinho, a victória e a Poli e atenção que victória é com “c”.
Bruxa: ( passando as mãos pela bola de cristal) Deixe-me sintonizar primeiro. Vou afastar os maus espíritos. Estou a sentir as energias positivas… Ainda mais positivas… Ainda mais…

Zé das Moscas: (pasmado) Ó meu deus vai-lhe dar o treco!!!
Bruxa: Silêncio! Estou a concentrar-me… (arregalando os olhos, olhando fixamente para Zé das Moscas) Já está…
Zé das Moscas: Já está o quê?
Bruxa: Estou a ver que entre estes seus amigos há uma relação familiar. Estou certa ou não?
Zé das Moscas: Sim.
Bruxa: O que pretende saber concretamente sobre eles?
Zé das Moscas: Já perguntei onde é que eles estão?
Bruxa: Estão numa praia paradisíaca no Brasil.
Zé das Moscas: O ronaldinho casou com a victória?
Bruxa: Casou e até tenho uma boa noticia para si!!! A Victória está grávida.
Zé das Moscas: ( Tirando um lenço do bolso, começa a chorar)
Estou tão feliz… quero ser o padrinho.
É menino ou menina?
Bruxa: Menina!!!
Zé das Moscas: Esta minha bezerrita vai chamar-se… Gi!
Bruxa: Gi, o meu nome?
Zé das Moscas: Pois claro, em sua honra! Já vou para casa mais feliz.
E já agora mande-lhes uma mensagem minha.
Elas que voltem depressa, porque estou cheio de saudades deles.
Não se esqueçam da Poli.
Bruxa: (passa de novo a mão pela bola de cristal) A mensagem já chegou, pode ir descansado.
Zé das Moscas: (Levanta-se, agradecendo) Obrigado e que Deus lhe pague que eu não tenho trocos.

Texto elaborado pelos alunos do 7ºA

Zé das Moscas e a cabeleireira

Advogado: Olá, Ana Maria!
Cabeleireira: Olá, António!
Advogado: Zé das moscas, esta é a Ana Maria, a minha cabeleireira privada.
Ana Maria, este é o Zé das Moscas, o meu amigo de infância.
Zé das Moscas: Muito prazer, minha gata borralheira!
Cabeleireira: Igualmente!
(aparte) Minha gata borralheira… olha para este…

Cabeleireira: (apontando para a cadeira) Sente-se ali.
Zé das Moscas: Ai, meu favo de mel, estou com um problema…
Cabeleireira: (aparte) Outro piropo? Já está a ser descarado…
Então, senhor Zé das Moscas, qual é o seu problema?
Bem… acho que já sei qual é… vejo que tem aí tantas moscas…
Zé das Moscas: Acertou em cheio! Estas moscas não me largam.
Bzz… Bzz…
Elas vêm e vão… voltam e desandam…
Cabeleireira: Vou ver o que posso fazer, mas não me parece coisa fácil.
Sente-se aqui…
Zé das Moscas: (sentando-se na cadeira) Ai caneco! Que dores nas cruzes! Nunca gostei de vir a este sítio.
Cabeleireira: Então e porquê?
Zé das Moscas: Fico enjoado da minha cachola por causa do cheiro a cabelo queimado que anda pelo ar.
Cabeleireira: Só de o ouvir já estou agoniada! (aparte)
Você tem lavado a cabeça?
Zé das Moscas: Por dentro ou por fora?
Cabeleireira: É evidente que é por fora… Bom, e já agora, estou a falar do seu cabelo…
Zé das Moscas: De vez em quando lá lavo a cabeça com a água da chuva.
Cabeleireira: Com a água da chuva?!!! Está a gozar? Isto é para os apanhados?
Zé das Moscas: Apanha… quê?
Cabeleireira: Esqueça! Vamos fazer o que temos de fazer (apontando para o lavatório)
Zé das Moscas: Caneco! Tenho mesmo de que me levantar outra vez? Decida-se! Mandou-me sentar nesta cadeira e agora manda-me para aquela…?
Cabeleireira: Sente-se e deixe-se de conversas. (Põe a água a correr e começa a lavar-lhe a cabeça com champô desinfectante de moscas e de carraças)
Zé das Moscas: Ó minha senhora, vossemecê está a ser tão gentil comigo, mas não precisa de gastar tanta água. Ainda há cinco meses lavei a cabeça. Ainda deve estar limpinha, não acha?
Cabeleireira: (olhando para o lado) Deve haver alguma câmara escondida por aí e eu ainda não dei conta… Mas como não quero fazer figura feia na televisão, vou mesmo lavar-lhe a cabeça e deixá-lo perfumado!!!
Zé das Moscas: Está a falar tão baixinho… não consigo ouvi-la…
Cabeleireira: Não é nada! Estava só a falar de mim para mim! Vamos então continuar a lavar o seu cabelo.
Zé das Moscas: Já que insiste…
Cabeleireira: (enquanto lava o cabelo de Zé das Moscas) Já estou quase a acabar. Só falta pôr um bocadinho de amaciador.
Zé das Moscas: Amaciador? O que é isso?
Cabeleireira: (aparte) Meu Deus! Mas que mal fiz eu a Nossa Senhora dos Aflitos para merecer isto? Ai vida, a quanto obrigas!!!
Vamos agora passar ao corte… Como quer o penteado?
Zé das Moscas: Deixo nas suas mãos. Você sabe melhor do que eu como hei-de ficar bonito. Bom, eu já sou belo, mas vou ficar que nem um regalo. Vou ter paletes de meninas atrás de mim!!!
Cabeleireira: Está bem! Vou fazer o melhor que posso.
Zé das Moscas: (já com o cabelo cortado) Já estou tosquiado. Estou janota!!!
Cabeleireira: Está a ver como não foi difícil! E as moscas foram-se…
Zé das Moscas: Tem razão!
Mas a conta deve ser um balúrdio?
Gastou tanta água… E o sabão que me esfregou na cabeça?
Cabeleireira: (vaidosa e pensando que estava a ser filmada para um programa de apanhados da televisão) Ah! Não é nada! Fica por conta da casa.

(Zé das Moscas sai e a cabeleireira olha, volta a olhar e não vê nenhuma a câmara de filmar)

Cabeleireira: Não encontro nenhuma câmara…
Queres ver que fui enganada por aquele saloio?

Texto elaborado pelos alunos do 7ºB

Zé das Moscas e o advogado

Advogado: Ora viva, amigo Zé das Moscas!
Zé das Moscas: (entrando no gabinete do advogado) Ora viva?
Vossemecê pensa que está a falar com quem?
Olhe que eu tenho idade para ser seu avô, ouviu?
Advogado: Então, Zé, não te lembras de mim?
Sou eu, o António.
Zé das Moscas: Ó meu Deus! Sabes como é… A idade não perdoa.
Advogado: Apesar de eu ser dez anos mais novo do que tu, sei mesmo assim o que acontece com o avançar da idade!
Zé das Moscas: (sorrindo) Ó António, como tu cresceste. Já nem te reconhecia…
Advogado: (rindo das palavras do Zé das Moscas e pousando a cabeça) Hi! Hi! Hi!
Mas, Zé, o que traz por cá?
Zé das Moscas: Bem, eu tenho andado com uns “problemazecos”.
Andam umas moscas sempre à volta da minha cachola e é só bzz… bzz… para cá, bzz… bzz… para lá e já não aguento mais estes zumbidos e zumbidelas.
Advogado: Pois…
Zé das Moscas: Sabes, António, o veterinário aconselhou-me a mandá-las de férias e foi isso que eu fiz.
Mas agora elas voltaram…
Elas são minhas amigas, mas já não aguento mais…
Eu quero apresentar queixa contra elas. Quero dar-lhes uma lição.
Advogado: Zé, eu isso não posso fazer. Você sabe que só trabalho com crimes dos humanos, mas…
Zé das Moscas: Então e agora…?
Advogado: (Depois de ligar o computador, começa a questionar Zé das Moscas e a preencher um questionário)
Vou resolver o teu caso de outra maneira.
Zé, responda-me a umas perguntas que lhe vou fazer:
As moscas andam em volta da sua cabeça, certo?
Zé das Moscas: Certo!
Advogado: E você costuma lavar a cabeça?
Zé das Moscas: Sim!
Advogado: E costuma lavar a cabeça por dentro ou por fora?
Zé das Moscas: Cum caneco!!!
Claro que é por fora! E quem diz por fora, diz o cabelo, certamente.
Advogado: E quando foi a última vez que lavou a cabeça?
Zé das Moscas: Bem, isso foi à cerca de cinco meses, quando choveu.
Advogado: Já sei qual é o teu problema, mas para arranjar uma solução tenho de fazer um telefonema. (pega no telemóvel)
Zé das Moscas: (aparte) Eu nunca pensei que ele fosse maluco ao ponto de falar com uma caixa de fósforos que dá luz e que tem botões. Ele é mesmo maluco!!!
Advogado: (levantando-se) Vamos ali abaixo, pois lá está a solução.

Alex, 7ºA

Zé das Moscas e o veterinário

Veterinário: Ora viva, Sr. Zé das Moscas!
Zé das Moscas: Bom dia, senhor doutor!
Veterinário: Então o que se passa, Zé das Moscas?
Tem algum problema?
Já sei! Que cabeça a minha…
Tem a sua vaca Mimosa outra vez doente.
Zé das Moscas: Realmente… tenho um problema! Mas, graças a Deus, os meus animais estão todos de perfeita saúde. São estas…
Bzz…
moscas que não me largam.
Pensei que me podia ajudar
Veterinário: (pensando) Estou a ver o seu problema… Bem, sente-se para o analisarmos.
Zé das Moscas: (senta-se na cadeira, enquanto observa o veterinário a escrever numa folha) Estou muito cansado…
A minha cabeça parece um pipo com vinho estragado!
Ferve, referve e continua a ferver!
Veterinário: Há quanto tempo ouve esses zumbidos?
Zé das Moscas: Hum… Não sei… Talvez há três meses…
Veterinário: Olhe, Zé, esses zumbidos não serão causados pelas moscas que voam à volta da sua cabeça?
Zé das Moscas: (pensando, coça a cabeça) Pois… é bem capaz de ser…
Estas minhas amigas gostam de me ver chateado.
Veterinário: (espantado e confuso) As sua amigas…!?
Zé das Moscas: Sim!!!
(aponta para cima da cabeça)
Estas moscas são as minhas melhores amigas.
Há quem fale com os botões, mas eu não…
Eu cá falo com elas…
Veterinário: (aparte) Olha só o que eu tenho de aturar?
Andei tantos anos a estudar, queimei tantas pestanas, passei tantas noites em claro, para isto???
Ai, meu santo Benedito!!!
Zé das Moscas: (muito empolgado, levanta-se da cadeira) Mas que falta de educação a minha…
Nem as apresentei.
(aponta para o lado esquerdo da cabeça)
Este é o Ronaldinho e aquela é a “Victória”.
Atenção: “Victória” com c.
(aponta para o lado direito da cabeça)
Esta é a Poli. Anda sempre sozinha. Nunca se junta ao Ronaldinho e à “Victória”.
E sabe porquê?
Veterinário: (desinteressado) Não…
Zé das Moscas: Ela disse-me que não é uma velinha para estar a alumiar o casalzinho.
Também acho. Cada um no seu lugar…
Veterinário: (aparte) Pronto, está aqui a prova que me faltava! Este homem não bate mesmo bem da carola.
Eu bem desconfiava, mas…
Zé das Moscas: Diga…
Veterinário: Bem, Sr. Zé das Moscas, vamos fazer o seguinte:
Vai falar com as suas amigas e proponha-lhes umas feriazitas noutra cabeça.
Você sabe que é sempre bom mudar de ares.
Zé das Moscas: Lá isso é…
A minha Maria também está sempre a perguntar-me:
quando é que vamos à feira?
Quero mudar de ares. Isto aqui é uma pasmaceira!!!
Veterinário: Pois…
Zé das Moscas: (suspirando) Ai, doutor!
Lá vou ficar sem as minhas confidentes?
Veterinário: Nãaaaaao!!!
Pede-lhes que, de longe a longe, o venham visitar.
Zé das Moscas: E não pode ser de perto a perto?
Ah! Coitadas!!!
Espero que não fiquem tristes…
(levanta-se da cadeira com ar deprimido e despede-se do veterinário com um aperto de mão)
Obrigada, Sr. Doutor!
Vou até ao jardim falar com elas. Nisto é preciso ter calma e descontracção.
Veterinário: Até outra altura, Zé das Moscas!
(falando consigo mesmo)
Espero que não volte cá de novo com este problema. Quem fica doido, sou eu…
Hi! Hi! Hi!
O Ronaldinho, a Vitória ( Bom, Vitória não… Victória com c) e a Poli…
Hi! Hi! Hi!
Isto é de morrer a rir!!!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

“O caldo de Pedra” (versão camponeses a pedir comida a frade)

Passados alguns meses, depois do frade ir pedir de comer de porta em porta, o lavrador e a sua mulher ficaram sem comida na sua quinta. Então foram obrigados a ir pedir de comer pelas portas.
Por azar, a primeira porta a quem eles bateram foi na do mosteiro do frade. Então o lavrador disse.
- Bom dia! Nós somos um pobre casal, que ficou sem comida. Será que nos poderia dar alguma coisa para comer?
- Bom dia! – respondeu com simpatia o frade, que se lembrou logo do casal – por acaso os senhores não se lembram de mim?
- Nós?! Claro que nos lembramos de si – respondeu o lavrador atrapalhado e um pouco envergonhado.
- Então, devem-se lembrar que eu lhes fui pedir de comer e os senhores mo negaram. – disse o frade.
- Sim lembramos e pedimos desculpa, por não lhe ter dado de comer de boa vontade. Mas agora somos nós quem precisa da sua ajuda. Será que nos podia ajudar? – perguntou a mulher do lavrador ao frade.
- Ai sim? E se eu agora lhes fizesse o mesmo? – perguntou o frade.
- Nós compreenderíamos. – respondeu o lavrador, triste pelo frade não lhe oferecer comida de boa vontade.
- Mas eu sou frade e é meu dever ajudar os cidadãos. Entrem e aqueçam-se, no quentinho da lareira.
- Muito obrigado. – agradeceu o casal, espantado com a ajuda do frade.
Depois de se terem aquecido, o casal comeu um prato de sopa quentinho que o frade tinha acabado de fazer.
O lavrador e a sua mulher aprenderam a lição, pediram perdão ao frade e juraram que nunca mais iriam negar ajudar alguém.

Nunca faças aos outros, o que não gostas que te façam a ti.

Ana Lúcia, nº3, 7ºA

Coitado do Potro! - anagrama com as letras OPTRA

Aquele potro, coitado daquele potro, nascido do parto de sua mãe … E porquê coitado? - perguntam vocês. Coitado, porque a sua mãe decidiu optar por deixar o potro no celeiro, enquanto ia ás compras.
A partir do momento que a mãe saiu da porta do celeiro começou a rebaldaria. Eram só pratos todos partidos, os trapos todos no chão…
Quando a mãe chegou nem queiram imaginar a grande sova que o potro apanhou!
No dia seguinte, a mãe pediu ao potro para ir à casa da avó pedir couves para o almoço. Mas o potro demorou mais tempo do que o previsto. A mãe já estava a topar o que tinha acontecido. Foi a casa da avó perguntar pelo potro, mas sem sinal dele.
Chegou-se à conclusão que o potro tinha sido vítima de um rapto. Coitado do potro!
A mãe procurou, procurou, procurou até que o encontrou. Foi-se a ver o potro estava a dormir no celeiro da avó, por baixo daquela imensa palha.
A mãe ficou contente por o ter encontrado e jurou nunca mais o mandar fazer algum recado.

Maria Leonor, nº16, 7ºA

Conversa entre o limpa-vias e a sua esposa, após um dia de trabalho


O limpa-vias chegou a casa, no final do dia muito cansado com o arroz sagrado. A sua mulher, curiosa com o que o marido tinha no cartucho, perguntou:
-Ó homem, o que é que trazes aí?
-Nem imaginas o que aconteceu! Eu estava a trabalhar e entretanto cai arroz pelos respiradouros. Eu tão espantado e alegre peguei neste saco e meti-o lá dentro. Não achas fantástico, Maria? – interrogou o limpa-vias.
- Estou muito orgulhosa de ti! Com esse arroz sagrado já podemos sustentar. Estava tão preocupada com o que ia acontecer aos nossos filhos? – declarou a mulher.
- Eu sei, Maria. Olha, como está a pele do nosso filho João. Ai Meu Deus! O que seria de nós sem este arroz? – disse o limpa-vias.
- Este arroz veio da Igreja do Santíssimo Sacramento, porque e neste dia há casamentos e os noivos são atingidos por toneladas de arroz. – explicou o limpa-vias.
- Agora percebo! – respondeu Maria.

Terminada a conversa do limpa-vias com a sua mulher Maria, a mesma, muito agitada, dirigiu-se para aquela cozinha velha, suja e com ar de quem precisa de obras. Aí iria cozinhar aquele arroz tão apetitoso. Acabado de fazer , Maria exclamou para os seus seis ou sete filhos:
- Meninos o jantar está pronto. Venham para a mesa!
- Sim mãe nós já vamos. – responderam os filhos.
Os filhos chegaram á mesa e disseram:
- Mãe onde é que compraste esta iguaria?
- O pai trouxe-o do seu trabalho. – respondeu Maria.
Os meninos deliciaram-se com aquele petisco e deram graças a Deus por o pai ter um emprego e, ainda por cima, trazer arroz todos os Domingos. Acabaram de comer e foram para a cama com um beijinho dos pais em cada bochecha.
O limpa-vias e a mulher foram para a cama e a mulher disse:
- Não é tão bom termos comida para nos alimentarmos e termos uma família tão unida?
- Sim, mulher. Isto é uma bênção! – respondeu o limpa-vias.
- Boa noite! Amo-te muito! – exclamou a mulher.
- Eu também te amo! Dorme porque amanhã é outro dia! Amo-te muito! – exclamou o limpa-vias feliz da vida.
E assim se deitaram tranquilos na cama daquele quarto todo velho, a cair de podre e a mal se aguentar em pé.

Maria Leonor, nº16, 7ºA

Querida avozinha!!!

Nova York, 2 de Fevereiro de 2011

Querida avozinha,
Estou com muitas saudades tuas, sei que não podes vir ter comigo a Nova York, pois as coisas aí não estão lá muito famosas. Por aqui vamos sobrevivendo.
Na minha escola estou a aprender muitas coisas novas. Sabes que não é muito fácil acompanhar a matéria, pois aqui a língua materna é o inglês.
Em casa estamos a ter algumas dificuldades para nos sustentarmos, pois o pai ganha pouco, apesar de ser um homem muito trabalhador. Arranjou um emprego no subway, que é um local onde passa o metro, por baixo da terra. É um sítio muito escuro e sombrio, onde cai muito lixo dos respiradouros e ele tem como missão limpar todo o tipo de lixo. Como vês também não é nada fácil para ele… sozinho, isolado, longe de tudo e de todos.
Também não é só desgraças, ao Domingo a mãe prepara uma refeição deliciosa com o arroz que cai pelos respiradouros, pois no uptown , mesmo por cima donde o pai trabalha, existe uma igreja onde aos Domingos há sempre um casamento e para celebrar atiram toneladas de arroz para cima dos noivos. É o momento mais delicioso da semana!
A mãe está a chamar-me para ir almoçar e o meu nariz adivinha a especialidade: arroz. Por isso xau bó vou ter que ir senão já sabes como são os meus irmãos, comem tudo e depois eu fico sem nada.

Muitos beijinhos da tua neta,
Leonor

Maria Leonor, Nº16, 7ºA

Desabafos do limpa-vias à esposa

Terminado o dia cansativo de trabalho, o limpa-vias chegou a casa amuado e triste. Sentou-se no sofá, pensativo e começou a ler um jornal escrito na sua língua. A sua mulher depois de ter arrumado a cozinha olhou e dirigiu-se ternamente ao esposo:
- O que se passou no teu trabalho? Pareces cansado…
- Estou farto desta vida de pobre. – desabafou aquele homem.
- Eu bem sei que não é agradável passares o dia debruçado sobre a vassoura que varre todo o tipo de sujidade que cai naquele chão imundo. – afirmou Maria Patruska.
- Bem sabes que tinha outro emprego, mas ganhava muito menos e trabalhava mais.
- Eu bem te avisei que estes primeiros tempos seriam difíceis em Nova York.
Os dois calaram-se por instantes e uma lágrima escorreu pelo rosto rechonchudo e claro da Maria. O seu corpo deslizou lentamente pelo sofá, enterrando-se na cova daquele sofá velho.
- Maria, temos que enfrentar os nossos problemas. O que nos serve de salvação neste momento é o arroz calvo, carolino de primeira qualidade. – disse o limpa-vias.
- Tens razão!... - respondeu Maria.
- Não posso desistir deste trabalho, com ele ganho algum dinheiro. Mal conseguimos sustentar os nossos filhos, mas…
- Tem esperança. Depois da tempestade vamos aguentar mais um pouco até conseguirmos equilibrar as nossas finanças. No nosso país, há pessoas bem piores.

Maria Leonor, Nº16, 7ºA
Passados alguns meses após o reencontro do frade e do lavrador, eles voltaram a encontrar-se. Mas desta vez foi o lavrador que bateu à porta do frade.
- Olá! Boa tarde!!! Como é que tem andado? – perguntou o lavrador.
- Olá! Ando bem obrigada! – afirmou o frade.
- Lembra-se daquele dia em que você bateu à minha porta para comer um caldo de pedra? – interrogou o lavrador.
- Sim, eu lembro-me muito bem, porque eu estava cheio de fome e você não me queria dar nada para comer. – exclamou o frade.

- Sim, eu sei! Eu não devia ter feito isso! Sabe que eu plantei umas belas tronchudas, repolhos, tomates e outros produtos, mas uma praga destruiu todas as minhas culturas e não tenho nada para comer. – afirmou o lavrador.
- Podia dar-me alguma coisa para comer, por favor? Eu e a minha mulher já não temos nada para comer e estamos cheios de fome. – afirmou o lavrador.
- Pois, mas eu também estava com fome e vocês não me queriam dar nada. – afirmou o frade.
- Desculpe, não era essa a nossa intenção, mas nós estamos muito habituados a não dar! - exclamou o lavrador.
- Eu desculpo e vou ver se vos posso arranjar alguma coisa para comer. – exclamou o frade.
E assim foi o frade à sua horta buscar uns repolhos, uns nabos, umas cenouras, entre outras coisas boas.
Quando o frade chegou à porta, com uma enorme saca, o lavrador ficou muito contente, porque o frade deu ao lavrador, de boa mente, umas coisinhas para ele e a sua mulher comerem. O frade chegou à porta e disse:
- Tem aqui as suas coisas. – exclamou o frade.
- Obrigado, estou-lhe muito agradecido! – exclamou o lavrador.
- Não voltes a fazer isso. Tens que ser gentil com as pessoas e não soberbo. – afirmou o frade.

MORAL: Nunca faças aos outros, o que não gostas que te façam a ti.

Tânia, nº23, 7ºA

Nova versão do conto “ O Caldo de Pedra”

Poucos meses depois desse dia, o lavrador teve um azar: uma praga de ratos atacou a sua horta. O lavrador, sem nada para comer, teve de ir pedir de comida de porta em porta, até que chegou a casa do frade (o mosteiro).
Quando o lavrador lá chegou, bateu à porta, e alguém a abriu. Quem a abriu foi o frade.
-Você aqui? O que é que quer? – perguntou o frade.
-Eu sei que não devia fazer isto, mas tem mesmo que ser, porque uma praga de ratos atacou a minha horta e agora não tenho que comer. – declarou o lavrador envergonhado.
- Ah! Percebi tudo. Você quer que lhe dê de comer. Mas e se eu não lhe der nada? – inquiriu o frade, a rir-se.
-Eu sei que tem todo o direito de dizer isso, porque eu não lhe quis dar de comer. Mas… Por favor! – pediu o lavrador.
- Como eu não sou como o senhor, vou dar-lhe comida pelo menos para duas semanas. – afirmou o frade.
- Muito, muito, obrigada! Que deus o abençoe. – disse o lavrador muito feliz.
Quando o lavrador se foi embora, o frade pôs-se a pensar num plano, para ver se o lavrador já era um homem bom, que ajudava os pobres. Então, o frade decidiu vestir-se de mendigo e foi pedir comida ao lavrador. Quando o frade chegou a casa do lavrador, bateu à porta:
- Truz, truz!
O lavrador veio abrir a porta e disse:
- Quem é o senhor?
- Sou um simples mendigo que lhe vem pedir de comer. – declarou o frade.
-Sim. Entre. A minha mulher está a fazer um caldo e podemos dar-lhe um pouco. – disse o lavrador.
-Obrigado! Muito obrigada! – agradeceu o frade.
Os três comeram muito contentes. Quando o frade se foi embora, sem ninguém ver, semeou muitas coisas na horta dos lavradores para eles terem comida para eles e para os outros.

MORAL: Faz aos outros o que queres que te façam a ti!

Lúcia, nº14, 7ºA

“O caldo de Pedra” (versão camponeses a pedir comida a frade)

Passados alguns meses, depois do frade ir pedir de comer de porta em porta, o lavrador e a sua mulher ficaram sem comida na sua quinta. Então foram obrigados a ir pedir de comer pelas portas.
Por azar, a primeira porta a quem eles bateram foi na do mosteiro do frade. Então o lavrador disse.
- Bom dia! Nós somos um pobre casal, que ficou sem comida. Será que nos poderia dar alguma coisa para comer?
- Bom dia! – respondeu com simpatia o frade, que se lembrou logo do casal – Por acaso os senhores não se lembram de mim?
- Nós?! Claro que nos lembramos de si… – respondeu o lavrador atrapalhado e um pouco envergonhado.
- Então, devem-se lembrar que eu lhes fui pedir de comer e os senhores mo negaram. – disse o frade.
- Sim, lembramos e pedimos desculpa, por não lhe ter dado de comer de boa vontade. Mas agora somos nós quem precisa da sua ajuda. Será que nos podia ajudar? – perguntou a mulher do lavrador ao frade.
- Ai sim? E se eu agora lhes fizesse o mesmo? – perguntou o frade.
- Nós compreenderíamos. – respondeu o lavrador, triste pelo frade não lhe oferecer comida de boa vontade.
- Mas eu sou frade e é meu dever ajudar os cidadãos. Entrem e aqueçam-se, no quentinho da lareira.
- Muito obrigado. – agradeceu o casal, espantado com a ajuda do frade.
Depois de se terem aquecido, o casal comeu um prato de sopa quentinho que o frade tinha acabado de fazer.

O lavrador e a sua mulher aprenderam a lição, pediram perdão ao frade e juraram que nunca mais iriam negar ajuda alguém.

MORAL:
Nunca faças aos outros, o que não gostas que te façam a ti.

Ana Maria, nº3, 7ºA