Maria e o seu pequeno cãozinho
Ela era uma rapariga muito elegante e bonita para ter uma tristeza tão profunda!!! Já tinha catorze anos, porém mais parecia ter vinte ou trinta, porque a vida a ensinou a ser assim. Ela tinha medo de falhar e perder tudo outra vez.
Maria vivia com os seus tios da parte da mãe, pois ainda não tinha idade para viver sozinha. Mas os seus tios não a tratavam sequer como deviam. Daí surge também a sua maturidade, já que era ela que tinha de fazer tudo sozinha, sem sequer receber um abraço ou uma palavra de afeto. Mas como toda a gente, a avó Feliciana morreu. E como lembrança deixou um pequeno cãozinho à sua neta para ver se ela se animava.
É claro que os tios não gostaram do que se sucedeu. Maria estava mais alegre do que nunca, porque tinha alguém a quem contar tudo a toda à hora, alguém que a ouvia, que a compreendia e que a animava.
Quando Maria ia para a escola, os seus tios tratavam o pobre cão tão mal, tão mal, que o cão só parava de ladrar quando Maria chegava a casa. Ela não via aquela tamanha crueldade cometida pelos seus tios, mas sentia algo de estranho no seu cãozinho. Contudo pensava que era tudo da sua cabeça.
A vida dela tinha melhorado consideravelmente, ou pelo menos pensava ela, até descobrir tudo. Um dia, por acaso, voltou para trás para ver o que se passava na ausência dela. Esperou, esperou até que viu o que se estava a passar. Entrou pela casa dentro e começou a gritar com os tios e a perguntar o que é que ela tinha feito para merecer aquilo.
Os tios não responderam. Só se riram e aquele riso mesquinho bastou… Bastou para que ela pegasse no cão e fugisse de casa, coisa que já deveria ter feito há muito tempo. Então foi para a casa da sua falecida avó e passou lá as férias de Natal. Passou-as mal, mas, pelo menos, sabia que estava junto do seu querido cãozinho, que recuperava das suas feridas. Enquanto estava naquela casa, sentia a sua avó por perto e isso dava-lhe um pouco de felicidade.
A véspera de Natal tinha chegado e Maria já não tinha mais dinheiro. O que tinha guardado já tinha acabado, por isso teve de arranjar trabalho. Durante esse dia, procurou em muitos lugares, no entanto ninguém a aceitava, até que chegou a uma frutaria e pediu trabalho à dona, que achou estranho. Então fez-lhe muitas perguntas: em primeiro lugar, perguntou-lhe se o trabalho era para ela (e desde aí aquela mulher achou tudo aquilo muito esquisito); em segundo perguntou-lhe se ela tinha pais (e então achou que ela estava perdida) Entretanto chamou o seu marido para falar sobre o assunto. Durante a noite, fizeram-lhe mais perguntas, até que a pequena Maria teve de contar o que se passara com a vida dela. Como era véspera do dia de Natal, deixaram-na ficar lá em casa e trataram-nos como filhos, a ela e ao seu cão. Aquela noite foi uma das melhores da sua vida! Parecia que os pais tinham voltado noutro corpo. Maria só não percebia uma coisa: porque é que aquele casal não tinha filhos? Ela não sabia, porém eles não podiam ter filhos. Toda esta situação também era um milagre para eles!
No dia seguinte era o dia de Natal. Eles não a iam abandonar naquele dia tão especial. Então passaram-no com ela e fizeram-na muito feliz. No outro dia, como não podiam ficar com ela, levaram-na a uma casa de crianças abandonadas e contaram tudo o que se tinha passado. Maria estava calada, quase a chorar, mas pelo menos tinha o seu cão ao seu lado, como sempre.
A psicóloga que estava a tratar do assunto reparou que estava um clima muito pesado e que eles gostavam muito de Maria. Então propôs-lhes que a adotassem. Eles acharam uma excelente ideia. Só havia um problema: o processo de adoção era um pouco demorado. Mesmo assim, eles não se importaram, pois só queriam completar-se uns aos outros. Passado uns dias, os quatro juntos estavam juntos. Sim, os quatro… O cãozinho da Maria também foi adotado por aquele simpático casal.
Desde aí, Maria e os seus pais adotivos passaram os dias da melhor forma possível.
Com este texto pode concluir-se que devemos lutar por aquilo que queremos e que se deve aproveitar a vida ao máximo, desde que tenhamos as formas de o fazer.
Liliana, 8ºA
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